Saveiro roda lisa pelas ruas de Itatiba/SP, mas se acender o farol atrás de você na Rodovia Dom Pedro I, é melhor dar passagem!!!
As histórias de quem é amante de carros preparados, tem em seus capítulos, a evolução gradativa de um carro, e o personagem que alcançou alta potência, quase sempre começou com o barato e eficiente Kit Básico.
No caso de Davi Vecchio, vendedor de Itatiba/SP, a história se repete nesse aspecto, mas as mesmices param por aí, pois os diferenciais desse carro vão dos pés a cabeça, restando pouquíssimos detalhes originais. Porém não se trata de um simples modificado, já que praticamente tudo no carro visa performance, e as mudanças foram feitas em prol da evolução do conjunto, que é capaz de grudar você nos Bancos Recaro em segundos.
A chegada da Saveiro Sunset 1993, em Fevereiro de 2004, foi no famoso modo "caiu no colo". Davi era proprietário de uma transportadora e justamente um dos veículos da empresa fez com que o atual carro viesse à mente. "Eu já estava de saco cheio da empresa, querendo passá-la para frente, e ao olhar para umaSeat Inca, que fazia parte da frota, lembrei da linda Saveiro que um amigo tinha comprado.Coincidência ou simplesmente destino, no mesmo dia ele foi à minha casa perguntando se eu não queria comprá-la.Pensei: Tem que ser minha!", contou ao Garage Force, sobre a forma quase sobrenatural a qual adquiriu a "amarelinha".
E nesses 8 anos, a Saveiro foi totalmente reestilizada, deixando para trás desde o Kit Turbo Básico que possuía até a cor original Amarelo Sunny, com a qual saiu de fábrica.A carroceria sempre foi íntegra e alinhada, porém alguns queimados na pintura, levaram o carro à funilaria, onde a opção foi não seguir com a cor original. Sendo assim ela recebeu a cor da Pajero TR4, e o brilho é intenso!!!
No interior, os instrumentos roubam a cena. Desde os de praxe, como pressão de óleo, combustível e turbo, que vão até generosos 4kg, até o monster Auto Meter, Pirômetro, Booster Control Fueltech e o controlador da Injeção, também Fueltech, modelo RacePro 1FI. Outro ponto que chama bastante a atenção é a nova alavanca de câmbio, modelo Mutante, para garantir engates mais precisos em altas rotações. O Gran Finale do acabamento interno, são aconchegantes bancos Recaro que recepcionam piloto e passageiro, sendo que estes podem desfrutar um passeio suave graças ao acerto fino em baixa, proporcionado pela injeção eletrônica, ou muita emoção acelerando até 8.300 rpm com 2kg de pressão apontados no manômetro.
Chegamos ao haras do utilitário VW, que fica visível ao levantarmos o capo. O "miolo" que já foi original 1.8, recebeu bielas forjadas Powertech, bem como os pistões de 83mm, marca Iapel, que elevaram a litragem do motor para 1.9. O cabeçote é do Passat Alemão, unilateral 8v, preparado na Troyano. A alimentação é feita por uma Throttle Body 40mm e 4 bicos Ford Racing retrabalhados por Dalton Del Guercio, que pelo formato, vira e mexe é confundida com as clássicas Webers IDF, algo que é confirmado por Davi, aos leigos, sempre que perguntado."Com o capo aberto sempre vem um ou outro perguntar se ando de Weber e eu digo que sim, com 4 bicos auxiliares ( risos )".
No comando dos 2kg. de pressão, vem a menina dos olhos da Saveiro, uma Garrett 4088R, e para garantir o ar mais frio, um Intercooler com colméia dupla Superflow e pressurização Supercooler.O coletor de escape é tubular e finalizando a descarga, um generoso escape de 3,5", de ponta a ponta. A tração do carro é algo que foi muito bem planejada na oficina de preparação, a Attack Motors, que fica na Freguesia do Ó, em São Paulo, afinal toda essa força, sem uma boa transmissão para o asfalto, seria inútil. Suspensão Down, que apesar de firme ainda proporciona uma dirigibilidade relativamente macia, todas as buchas de poliuretano, barras de torção inferiores e superiores e um Câmbio bem escalonado, sendo que a 1ª marcha que chega próximo dos 100km/h, com engrenagens forjadas de 1ª a 4ª, linha Cavalo de Tróia.
Apesar de ter um carro digno de pista, Davi gosta mesmo, é de se divertir com o brinquedão na Estrada, afinal morando em Itatiba, está a pouquíssimos quilômetros de seu palco predileto. Abaixo, conheçam um pouco da história do proprietário da bela Saveiro, num papo descontraído que tivemos em sua casa, onde fomos muito bem recebidos.
Quando começou essa paixão por veículos preparados?
Davi Vecchio: Desde que eu me conheço por gente a paixão por carros e velocidade é latente. Há uns 25 anos, quando os 18 anos se aproximavam, isso foi ficando mais intenso. Todos os carros que passaram na minha mão tiveram algum veneno agregado, desde os mais lights como um Chip, 4x1, Comando...Weber, até chegar na Saveiro do jeito que está hoje em dia.
Ter um carro desse porte é só prazer, ou tem suas inconveniências?
Davi Vecchio: Olha, vou ser sincero, por mais apaixonado que eu seja, tem hora que é complicado, são quebras inesperadas, algumas coisas que parece que só acontecem comigo. Cheguei a anunciar o carro, mas com umas propostas, digamos, ridículas que eu tive, deixei isso de lado e sigo nos up-grades, isso é infinito, sempre tem algo para melhorar. Com 20, 25 mil não se monta um carro assim.
E qual é a potência estimada ou aferida do carro?
Davi Vecchio: ( Risos ) Como a polêmica está no ar, vou deixar essa para os corneteiros, o carro tem entre 400 e 600 cavalos. Se falar que tem 400, vão dizer que é mentira ou que estou a pé, se falar que tem 500, vão falar que 500 todo mundo tem, e se falar que tem 600 vão dizer que papel aceita tudo, fica por conta dos leitores ( Risos ).
Por falar em polêmica, seu carro, e consequentemente você foram alvos de uma polêmica em nossa página, através de ataques de um rival, o que tem a dizer sobre isso?
Davi Vecchio: Está aí o problema, ele achar que sou um rival dele, isso não existe, e nunca vai existir. Esse carro eu fiz para me divertir, fiz muitas amizades através ele. Infelizmente quando você tem algo bom isso acaba gerando inimizades também. Mas minha pegada é aproveitar meu carro, não ficar brincando de Velozes e Furiosos, apostando dinheiro. As pessoas tem que aprender a brilhar sozinhas, sem querer ofuscar os outros.
Considerações Finais?
Davi Vecchio: Um ponto que eu sei que será comentado é porque o cofre do motor tem um tom diferente do carro, no caso a cor original. Explico, quando pintei o carro estava de mudança da Capital para Itatiba, então precisei acelerar as coisas, e além disso é bom para que vejam, e se por acaso ele for negociado um dia, que a frente não foi "sanfonada"*, ou chamuscada, ali é 100% lacrada.
*Sanfonada = Vítima de batida forte, que necessite correção ou alinhamento em Cyborg.
Texto e Fotos: Thiago Böttcher
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